Em 1958 um jovem Steve McQueen de 28 anos interpretava a sua personagem no filme “The Blob”, uma produção independente. Conta a história de uma espécie de goma gigante que vai crescendo conforme mata as suas vítimas. Apercebendo-se do perigo, o jovem acorre às autoridades para chamar a atenção de que algo errado se passava, mas ninguém lhe deu crédito. Mais à frente retornaremos ao filme, mas a história desta massa disforme que se torna maior de dia para dia de forma assustadora tem muito a ver com… Dados.
Quando as empresas são pequenas e iniciam os seus desafios no mercado, é normal que a quantidade de dados disponíveis seja gerida com alguma facilidade. Os departamentos são próximos, o número de pessoas ainda permite irem almoçar juntos ao mesmo restaurante e o Microsoft Office é uma solução aceitável para a maioria das operações.
Com o crescimento da empresa, é normal que os gestores se preocupem com as contratações, com o aumento do espaço físico, com a aquisição de mais equipamento informático e até com outros meios de comunicação. As fábricas expandem-se, os fornecedores duplicam, os mercados alargam horizontes e surge a necessidade de criar um Serviço de Apoio ao Cliente. Aumentam as burocracias, as fotocópias e os documentos (umas vezes em papel, outras vezes em suporte digital). A diversidade faz com que se multipliquem os softwares de produtividade e os dados sejam registados em diferentes plataformas. Depois surgem os dados na cloud, as ferramentas de CRM ou outros sistemas mais ou menos complexos.
Mas por entre todo esse crescimento há algo que evolui silenciosamente a um ritmo mais avassalador do que tudo o que foi falado: os dados. Quando os gestores se aperceberem, terão um “Blob” na sua empresa que, mais tarde ou mais cedo, vai limitar implacavelmente a sua competitividade. E o tamanho desses “Blobs” modernos envergonhariam o do filme de 1958 de uma forma épica.
Quando as empresas são constituídas, logo começam a ser pensados uma estrutura para os seus recursos humanos; uma contabilidade para registar verbas; uma estrutura de marketing para projetar a marca e uma estrutura de gestão para manobrar o barco. Mas nunca se pensa numa estratégia data-driven e com foco no cliente. Contudo isso é extremamente perigoso.
Eis algumas situações que são consequência direta de um crescimento exponencial dos dados de forma anárquica:
- Cada vez será mais difícil encontrar os dados necessários para a tomada de decisões corretas e atempadas;
- A interpretação dos dados será cada vez mais subjetiva, levando a dificuldades de comunicação e decisões não sustentadas em dados: no final de contas, cada departamento registou os dados “à sua maneira”;
- A qualidade dos dados (data quality) irá diminuir abruptamente com o tempo pois cada vez mais haverá informação em falta e informação registada de forma diferenciada (ex: em RH regista-se a localidade como “Lisboa”; no Marketing como “LX”);
- Surgirão cada vez mais dados desatualizados: com tantos sistemas de registo não centralizados, será recorrente encontrar situações em que uma informação atualizada numa plataforma A não o seja numa plataforma B;
- A integração de dados numa única plataforma será mais complicada pois existem milhentos formatos diferentes para registar as mesmas informações (ex: Excel, CSV…);
- Os programas informáticos que antes serviam perfeitamente para gerir a informação passam a ser insuficientes. Até as folhas de cálculo são limitadas;
- Com dados de tão pouca qualidade, algo de paradoxal acontece: a empresa tem uma enorme quantidade de dados ao seu dispor… Mas não os consegue trabalhar ou tirar valor deles. Sem dados de qualidade, limpos e bem organizados, é quase impossível fazer análises mais avançadas (ex: análises preditivas e prescritivas).
Quando todas estas consequências surgirem, o desafio das empresas continuarem competitivas e sustentáveis aumenta substancialmente. Os gestores, no desejo de tomarem decisões mais relevantes e precisas, contratarão analistas de dados para encontrar respostas. Mas nessa altura um novo paradoxo surgirá: 80% do tempo dos analistas será gasto a limpar, preparar e combinar os dados e apenas 20% sobrará para a sua análise. Ou seja, quando os gestores mais precisarem do apoio dos dados será quando menos o terão.
Moral da história?
Não deixe que os dados na sua empresa cresçam de forma descontrolada. Não faça como fizeram as autoridades no filme “The Blob” assobiando para o lado. Coloque a estratégia de dados da sua empresa como uma prioridade desde o início. Antecipe-se (aqui pode ajudar a leitura deste artigo).
Na imagem poderá encontrar círculos que apresentam diferentes momentos em que uma empresa especialista em dados e Inteligência Artificial pode entrar em cena. Quanto mais tarde essa entrada se der, mais tempo e dinheiro serão gastos para salvar a situação. Quanto mais dados a sua empresa tiver, maior será o esforço para os organizar, gerir e extrair valor.
Uma empresa com um sistema integrado de dados, boas práticas de armazenamento e com dados de qualidade estará sempre um passo à frente. Ela extrairá valor dos dados de uma forma eficiente e sustentável. A Intelligent Algorithms pode ser um excelente parceiro nessa matéria: ajudamos as empresas a serem data-driven e a desenvolverem, de raiz, uma cultura orientada para a gestão correta dos dados.
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